Na Serra do Baturité
Foi uma viagem difícil pois, a estrada para o Sítio Santa Cruz não eram lá essas coisas. Muito buraco por toda a extensão, desde Conceição de Guaramiranga até a subida da Serra do Estevão, para chegar no então Sítio de Santa Cruz.
Isso ocorreu em 1899.
A Serra do Baturité fica em um Maciço; o que é uma cadeia de montanhas, e é nesta cadeia de montanhas, perpassando por lá que se alcança a Serra do Estevão.
Um possível mosteiro e noviciado já estavam na mente de Dom Gerardo Von Caloen. O responsável enviado pela Congregação Beuronense ao Brasil.
E Dom Majolo fala da idéia de Dom Gerard Von Caloen na edificação de um novo Noviciado. Ali mesmo em Santa Cruz, com a função de um sanatório. Pois, nesta época muitos monges estrangeiros estavam ficando doentes devido a constantes tarefas diárias.
Logo Dom Pedro, Dom Majolo e os postulantes começam as tarefas de edificação da capela.
A casa do sítio de Santa Cruz era muito simples em comparação a todos os Mosteiros Europeus de onde vinham os monges.
A casa que os Monges ficaram era feita em taipa. Dom Pedro fica em um aposento dentro da casa de taipa, nada o deixa desmerecer, pois a fé que mantinha na Missão, o fez crer na Missão incumbida a ele.
Todos os monges que ali estavam iniciam os seus trabalhos seguindo as regras da Ordem de São Bento.
Após alguns meses na Serra do Estevão na Província do Ceará. Já estabelecido com o clima local, recebe um comunicado de Dom Gerardo, solicitando que siga viagem à Bahia com os postulantes estrangeiros.
Logo, no inicio do ano de 1900 recebe a incumbência de seguir para Salvador e iniciar o noviciado no Mosteiro de São Bento em Salvador.
Lá se encontra com Frei Domingos da Transfiguração Machado. O idealizador da Obra da Restauração Beneditina.
Foi este Frei, Dom Domingos, representante da Ordem Beneditina no Brasil que enviou a carta solicitando ajuda ao Papa Leão XIII para a Obra da Restauração da Ordem.
Dom Pedro permanece um período de sete meses em Salvador.
Neste mesmo período, em que chegou a Salvador, vê o Frei Domingos da Transfiguração Machado e mais Dom Gerard Von Caloen receberem a benção Abacial do Arcebispo Primaz Dom Jerônimo Tomé da Silva.
Confirmando o cargo de Abade ad vitam. A cerimônia transcorre na Igreja Abacial da Bahia.
Logo após este período é convidado a seguir rumo ao Mosteiro Beneditino de São Paulo. Aonde permaneceu por um ano e meio, até 10 de março 1902, ajudando como prior do Noviciado.
Dom Abade no Nordeste
Dom Pedro Roeser retorna ao Brasil após estudos da língua Portuguesa no Noviciado Beneditino do Mosteiro de St. Andrés, na cidade de Maredous, na Bélgica. Ali ficou por um período como Prior do Noviciado, este que tinha o papel de preparar noviços da Ordem Beneditina e em sua maior parte encaminhá-los ao Brasil. Depois se tornou Prior do Mosteiro de St. Andrés.
Em Outubro de 1903 retorna ao Brasil, no dia 21 de outubro de 1903, sai de Antuérpia no vapor “Halle”.
Quando chega há algumas mudanças locais, após uma primeira permanência de poucos meses como Prior no Mosteiro de N.S. de Montserrat em Olinda, ele e é encaminhado ao Mosteiro da Ordem Beneditina no Rio de Janeiro com uma incumbência de monitorar o trabalho do Noviciado da Ordem, ali permanece por um período muito breve.
Mas, como Dom Gerard Von Caloen fica a cargo do Mosteiro do Rio de Janeiro por solicitação de Dom Domingos e do Santo Padre, logo o Dom Gerard incumbe a Dom Pedro retornar ao Nordeste com o encargo do Priorado de Olinda.
Em Pernambuco, dentre muitas tarefas é requisitado por toda a comunidade, de benfeitores, oblatos e oblatas, juízes, civis, religiosos, religiosas, e começa a se adentrar nos costumes desta época tão florida de experiências. Junto a grandes amigos da Ordem Beneditina faz grandes obras para o Brasil na arte de Educar.
Em 1911, idealizou e construiu junto a Abadia Beneditina, a Primeira Escola de Veterinária do Brasil, e também a edificação do Hospital Veterinário.
Logo, na Fazenda de Tapacurá, Edificou a Escola de Agricultura Beneditina com ajuda de Escolas Alemãs “Landwirtschaftliche Hochschule” especializadas no Assunto, e assim denominadas “Escolas Superiores de Agricultura e Medicina Veterinária de São Bento”.
Em 1914, é convidado a ser um membro efetivo das Atividades do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano. Através de sua Revista, escreve artigos sobre suas experiências no Brasil. Já em 1927, é convidado a fazer parte do corpo diretivo do Instituto, comunga com a Comissão de Arqueologia e Etnografia.
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2ª fase: Criação da Primeira Escola Superior de Agricultura e Veterinária do Brasil
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