3ª fase: Fundação da Congregação das Missionárias de Cristo

Era então Arcebispo de São Paulo o Senhor Dom José Gaspar de Affonseca e Silva, de saudosa memória, homem perfeito no círculo de suas atividades temporais, caráter feito de virtudes, tais como:firmeza, desassombro, coragem, humildade, amor e iniciativa. Ficou conhecido como o “Arcebispo da bondade”. Dom José Gaspar era homem de muita oração e de intensa vida interior. O seu modo piedoso de rezar chamava a atenção. Sua voz era toda de ensinamentos e conselhos, e,sempre que se fez ouvir, foi para guiar e ensinar.

 

Preocupava-o a situação das populações interioranas e rurais, tão carentes e abandonadas. Dizia: – “Nunca teremos Padres suficientes para o campo, e estas populações vivem na ignorância das verdades da fé, afastadas das práticas da Religião!” e, manifestava o desejo de fundar uma congregação feminina cuja atividade específica seria a Evangelização, Catequese e toda espécie de assistência às populações rurais. Esse desejo foi acolhido no coração do Cristo e realizado graças a circunstancias verdadeiramente providenciais, que patenteara claramente quanto um tal plano era do agrado de Deus. E Deus providenciou: em agosto de 1939, chegavam a Jundiaí quatro Madres Ursulinas de Innsbruck, capital do tirol austríaco. Estas Religiosas, professoras do curso secundário em sua pátria, vinham para o Brasil destinadas à direção interna da “Casa da Criança Nossa Senhora do Desterro”, em Jundiaí, a convite de Dom Pedro Roeser, abade da Ordem de São Bento, fundador daquela instituição de assistência à infância. O Sr. Arcebispo, vendo a Casa da Criança agraciada com aquelas dignas Religiosas, não hesitou em propor imediatamente a criação de um Noviciado de Ursulinas, destinadas não somente, à assistência e promoção das crianças empobrecidas mas , para formar também Missionárias catequistas e enfermeiras, destinadas à formação popular, principalmente nas zonas rurais. Para diferenciar das antigas Ursulinas, foi escolhido o título de “Oblatas de Santa Úrsula”. O Noviciado foi canonicamente aberto aos 03 de fevereiro de 1940.

 

Dom José Gaspar infelizmente ficou por pouco tempo empunhando o leme desta Congregação fundada junto com Dom Abade Pedro Roeser, pois aos 27 de agosto de 1943 o avião em que viajava de São Paulo para o Rio de Janeiro, ao fazer manobra de aproximação para pousar no aeroporto “Santos Dumont”, foi de encontro ao edifício da Escola Naval, destroçando-se e arrastando para o mar os corpos das vítimas da catástrofe. Foi encontrado a boiar nas águas da Guanabara o corpo de Dom José Gaspar.

Após a guerra, no ano de 1947, as Madres Ursulinas foram convidadas pelas suas Superioras a regressar ao seu Mosteiro de Origem, onde o colégio já reiniciara as suas atividades. Ficavam no Brasil as primeiras Oblatas de santa Úrsula. Valeu-lhe porém, o co-fundador, Dom Abade Pedro Roeser, que se desdobrou em bondade e atendimento e zelo, procurando dar a estas primeiras Religiosas, formação cheia de fé e de doação a Deus e ao serviço dos irmãos.

 

Este, depois de prolongada doença, faleceu aos 05 de agosto de 1955 em odor de santidade, sendo sua memória cultuada por toda a cidade de Jundiaí (SP), que lhe erigiu uma estátua de bronze em frente à Casa-Mãe da Congregação.

A Santa Sé, no ano de 1966 mudou o nome do Instituto para “Missionárias de Santa Úrsula”, mais de acordo com as atividades das irmãs. Em maio de 1969, sob orientação do primeiro Bispo Diocesano de Jundiaí, o Exmo. e Revmo. Senhor Dom Gabriel Paulino de Bueno Couto, as Missionárias, reunidas em assembléia, decidiram por votação, mudar o seu título para o de “Congregação das Missionárias de Cristo”.

 

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